PENSAMENTO COMPUTACIONAL

Durante muito tempo, o pensamento lógico na escola se manteve restrito às disciplinas de matemática e física. Com o desenvolvimento das ciências da computação e o emprego da tecnologia na educação, surgiram novos processos para o aperfeiçoamento da capacidade de resolução de problemas, como o pensamento computacional. Basicamente, esse conceito compreende a habilidade crítica, criativa e estratégica do uso dos fundamentos da computação em diferentes áreas do conhecimento. Com isso, o aluno é capaz de reconhecer e resolver problemas individual ou colaborativamente, entre outros pontos.

 

Sobre as competências relacionadas ao pensamento computacional

A transformação digital na educação é um aspecto tão importante no ensino do século 21 que a Base Nacional Comum Curricular incluiu a Cultura Digital em sua lista das 10 competências gerais. Mas como o pensamento computacional funciona na prática? Diferentemente do que o próprio nome sugere, ele não se relaciona exclusivamente com a tecnologia, a programação ou a matemática, tampouco exige o uso de computadores. Esse pensamento propõe o desenvolvimento de maneiras novas e criativas de pensar na qual educadores e alunos sejam capazes de identificar problemas e buscar soluções a partir de diferentes competências.

Esse pensamento propõe o desenvolvimento de maneiras novas e criativas de pensar na qual educadores e alunos sejam capazes de identificar problemas e buscar soluções a partir de diferentes competências, que podem ser divididas em quatro grandes grupos:

 

Pensamento Computacional – Decomposição: A Decomposição é um dos 4 grupos das competências, que corresponde à habilidade de dividir um problema complexo em partes menores. Trabalhar um fragmento do problema por vez facilita a solução desse problema, permitindo ainda maior atenção a cada etapa. O desenvolvimento dessa competência é perceptível no comportamento dos estudantes. A decomposição ajuda a diminuir a ansiedade e o medo frente aos desafios. Os alunos conseguem encontrar as respostas de cada parte do problema com mais confiança e rapidez, enquanto seguem um passo a passo para a solução da grande questão.

Pensamento Computacional – Abstração: A Abstração é um dos 4 grupos das competências, essa habilidade propõe o foco em processos relevantes em vez de priorizar os detalhes, de modo que a solução possa ser válida para outros problemas. Ao filtrar e classificar os dados mais relevantes para a resolução das questões, os alunos são capazes de desenvolver uma análise mais crítica e atenta à essência do tema trabalhado.

Reconhecimento de Padrões: O Reconhecimento de Padrões é um dos quatro grupos das competências, essa habilidade é utilizada para identificar tendências de comportamento é necessário observar atentamente a questão, reconhecendo padrões e similaridades. Essa competência permite a construção de soluções para problemas comuns de forma inovadora, desenvolvendo o espírito empreendedor nos estudantes.

Pensamento Computacional – Pensamento algorítmico:
O Pensamento Algorítmico é o que completa os quatro grupos das competências, nessa habilidade, ainda que a palavra algoritmo seja mais utilizada no contexto computacional, esse pensamento corresponde à criação de passos e soluções para alcançar um objetivo específico para qualquer problema, de ordem matemática ou não. Desenvolver essa competência nos alunos estimula a criatividade, a fim de criar soluções cada vez mais eficazes.

 

Saiba qual a importância do pensamento computacional para os alunos do século 21 – Na educação, o pensamento computacional veio para contribuir com a adaptação da sala de aula às necessidades da sociedade contemporânea. A transformação digital surgida com as novas tecnologias exige que os indivíduos estejam cada vez mais aptos a lidar com as ferramentas e linguagens da cultura digital. A pauta da tecnologia e sua contribuição para educação foram brevemente abordadas nas minhas recentes publicações com o objetivo de propor uma reflexão sobre uma ampla discussão com Especialistas em EDUCAÇÃO e Tecnologias Digitais na Aprendizagem.

 

EDUCAÇÃO 4.0 E 5.0

Inteligência Artificial, programação, apps, eletrônica, algoritmos. Essas palavras provavelmente passaram a fazer parte do seu vocabulário em sala de aula recentemente, não é mesmo? Embora estejamos ainda nos acostumando com a realidade da Educação 4.0 e com todas as mudanças que ela provoca nas instituições de ensino, um novo conceito já surge: a Educação 5.0. Nesse mundo em que tudo muda tão rápido, é assim mesmo, ou seja, ideias e conceitos se transformam na velocidade da luz.

Se você acompanha as últimas notícias do mundo da educação já deve ter se perguntado o que é exatamente a Educação 5.0, que, aos poucos, começa a ser abordada por especialistas ao redor do mundo. Entendendo primeiro a Educação 4.0… Para entender o que é o conceito de Educação 5.0, precisamos, antes de mais nada, falar sobre o termo anterior, a Educação 4.0.

A ideia surgiu tendo em vista as mudanças provocadas pelos recentes avanços tecnológicos que deram origem à Economia 4.0 ou à Quarta Revolução Industrial. Esses termos definem a era atual, em que a tecnologia revoluciona completamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, com a popularização de artifícios como a inteligência artificial, a robótica, a internet das coisas, a realidade aumentada, a impressão 3D, a nanotecnologia e a biotecnologia.

Com tantas inovações, é de se esperar que o mercado de trabalho também fosse profundamente impactado. Automação de tarefas antes executadas por seres humanos, flexibilidade de horários, empresas mais enxutas e ágeis, demanda um trabalho cada vez mais criativo e menos operacional. Estamos presenciando verdadeira transformação na maneira como entendemos o trabalho. É aí que surge a Educação 4.0: uma forma de preparar os futuros profissionais para essa nova realidade.

Na Educação 4.0, a relação do aprendiz com a tecnologia tem grande importância. A ideia é não sermos vencidos ou substituídos pela tecnologia, mas aprendermos a gerenciá-la a fim de alcançar os melhores resultados no aprendizado. Por isso, os alunos devem desenvolver o pensamento computacional, o entendimento de robótica e de programação, que já viraram matéria obrigatória em grande parte das escolas em todo o mundo.

Os laboratórios de fabricação digital como os fablabs e os makerspaces também levam para a sala de aula as práticas “mão na massa” aliadas à tecnologia, propondo a prototipação de soluções por meio de técnicas e ferramentas manuais e digitais no melhor estilo “faça-você-mesmo”. Assim, a Educação 4.0 forma cidadãos capazes de inovar e solucionar problemas, em qualquer campo de conhecimento, preparando os futuros profissionais para profissões que ainda estão surgindo.

E a Educação 5.0?
Podemos pensar na Educação 5.0 como uma evolução do conceito anterior. Tal corrente de pensamento entende que os conhecimentos digitais e tecnológicos são importantes, mas é preciso ir além. Para a Educação 5.0, as competências socioemocionais, também conhecidas como soft skills, são um importante pilar do desenvolvimento dos jovens. São elas que capacitam o indivíduo para usar a tecnologia de forma saudável e produtiva, criando soluções relevantes para a comunidade e transformando realidades. A Educação 5.0 também busca entender o impacto da tecnologia no cérebro humano e, consequentemente, a forma como aprendemos nos dias de hoje. Tudo isso, segundo o estudo Navigating the Future of Learning: Forecast 5.0, realizado pela KnowledgeWorks, abre as portas para novos modelos de educação, por meio dos quais o aluno ocupa o centro do ensino-aprendizagem e lidera o processo, enquanto o educador ocupa a posição de mentoria e curadoria de conteúdo, e a escola faz parte de um ecossistema que inclui comunidade, centros de pesquisa, empresas, equipamentos culturais, dentre outros.

Embora o conceito ainda esteja em desenvolvimento e em debate por especialistas da educação, já é possível entender como a Educação 5.0 tem forte relação com a cultura empreendedora. A ideia de escolas inseridas em um contexto colaborativo e do processo de aprendizagem com foco na resolução de problemas, acima do simples domínio da tecnologia, tem tudo a ver com a mentalidade empreendedora.

Educar jovens para se tornarem protagonistas de sua vida, capazes de unir a tecnologia à inteligência social e emocional, criando soluções impactantes para a sociedade ou as comunidades em que estão inseridos é exatamente o objetivo da Educação 5.0, tornando-a essencial para a Educação Empreendedora.

Ambas também acreditam na importância das competências socioemocionais para o século XXI.